A Reunião dos Estados Gerais em maio de 1789, no Palácio de Versalhes, dava de imediato vantagem ao clero e à nobreza. Isso porque a votação dos projetos seria feita em separado, por ordem social e não por cabeça. E clero e nobreza, aferrados a seus privilégios, tendiam a votar sempre de maneira unânime contra o povo. Este, representado pela burguesia, ciente de sua posição desfavorável, passou a contestar diretamente a organização da assembléia, exigindo um número de representantes igual ao do Primeiro e do Segundo Estado somados, além da votação por cabeça das propostas.
Após um mês de discussões infrutíferas, o Terceiro Estado separou-se dos outros dois, proclamando-se o legítimo representante da nação. Seus deputados declararam-se em Assembléia Nacional, atribuindo-se poderes de regular os impostos e fiscalizar o rei. Estabelecia-se, assim, o primeiro ato revolucionário. O rei, em represália, expulsou do palácio os representantes do povo, alegando a necessidade de reformas inadiáveis no salão de reuniões.
A atitude do rei não intimidou a burguesia que, apoiada pelas camadas populares, reuniu-se em separado, no prédio onde se praticava o jogo da péla, propondo-se a elaborar uma Constituição para o país. O rei, temendo perder por completo o controle da situação, obrigou o clero e a nobreza a se unirem à burguesia. Os Estados Gerais proclamaram, então, a Assembléia Nacional Constituinte. Luís XVI aceitava torna-se um monarca constitucional e comprometia-se a abolir o privilégio fiscal. Porém, pretendia manter a ordem social, tramando secretamente com tropas mercenárias estrangeiras a contra-revolução.
Em Paris cresciam as atividades revolucionárias; armas foram distribuídas à população. Em substituição ao exército real, organizou-se a Guarda Nacional - milícia burguesa, que foi o embrião do exército revolucionário -, chefiada pelo Marquês de La Fayette.
O povo parisiense, revoltado e temendo o deslocamento para a capital das tropas fieis ao rei, engrossadas por mercenários suíços, assaltou no dia 14 de julho de 1789 a prisão da Bastilha. Os camponeses se sublevaram, incendiando e saqueando os castelos dos nobres. Começava a Revolução Francesa. A partir de então, propagou-se um sentimento de ansiedade por todo o país - o Grande Medo - que forçou nobres e grandes proprietários a emigrarem para o exterior, onde tentavam se reorganizar para invadir a França e restabelecer o Antigo Regime.
sábado, 22 de novembro de 2008
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