sábado, 22 de novembro de 2008

O quadro econômico francês (continuação)

4- Finanças
A desastrosa administração financeira realizada na França desde o governo de Luís XV arruinava o Tesouro Público. Além dos pesados gastos com a manutenção de uma Corte parasita, a monarquia enfrentava o crescimento desenfreado de sua dívida externa, em razão de empréstimos contraídos junto a bancos estrangeiros. Esses débitos acumulados, em virtude de gastos militares em guerras sucessivas, se agravaram quando os banqueiros se negaram a renovar os créditos, devido ao não pagamento dos juros dos compromissos anteriores.
Mesmo obtendo vantagens territoriais em 1783, no Tratado de Versalhes, com a recuperação da Louisiana, cedida vinte anos antes para a Espanha, e de uma parte da Antilhas, o envolvimento francês na Guerra de Independência dos Estados Unidos decretou a bancarrota do Tesouro Nacional.
Na tentativa de controlar a crise econômica e a violenta inflação dela decorrente, os ministros das Finanças de Luís XVI decidiram retirar os privilégios fiscais da aristocracia. Passariam a cobrar impostos aos nobres, já que o Terceiro Estado, atingido diretamente pela depressão econômica, não poderia suportar um novo aumento na tributação. As propostas de taxação racional e eqüitativa não foram aceitas pelo Primeiro e nem pelo Segundo Estado, e essa resistência acabou sendo responsável pela freqüente troca de ministros da área econômica.
Não conseguindo solucionar os problemas econômicos apenas com seus administradores, Luís XVI tentou passar ao Primeiro e Segundo Estado a responsabilidade de resolver o impasse financeiro da França. Para tanto convocou a Assembleia dos Estados Gerais - assembleia dos representantes das três ordens sociais, que discutiam o aumento de tributos. Os Estados Gerais haviam sido convocados pela última vez, em 1614, durante o governo de Luís XIII.

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